Na próxima segunda-feira, 20, o estudante de Comunicação Social, Dinarte Pereira de Assunção, vai oficialmente integrar as estatísticas dos moradores de ruas do Brasil. Ele seria só mais um, não fosse o caso de despertar a atenção pelo fato de não apresentar as características inerentes a esse grupo social historicamente marginalizado e contemplado com políticas públicas pouco efetivas, e que corram na contramão dessa alarmante realidade urbana.
Pára, pára! Isso tá tudo muito formal. Eu, o sem teto em questão, tenho direito de usar como quero a única coisa sobre a qual ainda tenho direitos, qual seja, o meu blog. É claro que isso não vai impedir que eu coloque dados oficiais no decorrer dessa mistura de artigo de opinião, informativo e notícia, que chamam de crônica.
Meu drama começa com uma bolsa de estudos para Paris - chique não é? Não fosse o fato que a bolsa não era para mim, mas sim para um dos cidadãos que habitavam a República Federativa do Jambeiro - o apartamento onde eu morava. Obviamente fiquei feliz - acredite isso é sério, às vésperas de cair na ruína estou feliz por esse cidadão.
Mas anteriormente a isso veio um golpe na bolsa de valores da República que atingiu todas as mochilas e os bolsos, principalmente o meu, que já não caminhava muito bem financeiramente. Em razão de uma crise no coração do governo da República - o dono do apartamento -, nosso aluguel passou de uma pechincha para um furto qualificado: de R$ 350,00 elevou-se para R$ 500, isso sem contar em mais R$ 400,00 de uma pintura, misericordiosamente parcelados em 4 vezes. Eu estava perdido.
Incluam-se na categoria Despesas de Casa os exorbitantes R$ 40,00 que colocava no meu cartão para usufruir do eficientíssimo sistema de transporte coletivo de Natal. Meu problema, caros perdidos, sempre foi o item Festas. Essa é uma das raras vezes em que ponho tudo na ponta do lápis, digo, nos bits da página. Malgrado tudo fosse bem claro, eu tinha o péssimo hábito de misturar as despesas dos dois primeiros itens com o último, e aí vocês devem imaginar o estrago que minhas ações sofriam: meus papéis na bolsa de valores da República do Jambeiro despencavam quase em queda livre, e a credibilidade deles, e consequentemente a minha, afundavam na lama.
Agora, amigos, juntem um preço de aluguel estratosférico, uma convivência que vinha se deteriorando cada vez mais (meus conflitos políticos sempre foram com um estado da federação em particular – um cidadão intragável) e o fato de que o messias da casa iria morar em Paris. Isso tudo culminou num golpe de estado. A República seria dissolvida.
Pára, pára! Isso tá tudo muito formal. Eu, o sem teto em questão, tenho direito de usar como quero a única coisa sobre a qual ainda tenho direitos, qual seja, o meu blog. É claro que isso não vai impedir que eu coloque dados oficiais no decorrer dessa mistura de artigo de opinião, informativo e notícia, que chamam de crônica.
Meu drama começa com uma bolsa de estudos para Paris - chique não é? Não fosse o fato que a bolsa não era para mim, mas sim para um dos cidadãos que habitavam a República Federativa do Jambeiro - o apartamento onde eu morava. Obviamente fiquei feliz - acredite isso é sério, às vésperas de cair na ruína estou feliz por esse cidadão.
República Federativa do Jambeiro
Exatamente em frente ao meu apartamento existia um magnífico pé de jambo, do outro lado da rua, e que todos os dias reunia sob sua copa os boêmios do bairro. A árvore foi cortada, mas o nome resistiu.
Exatamente em frente ao meu apartamento existia um magnífico pé de jambo, do outro lado da rua, e que todos os dias reunia sob sua copa os boêmios do bairro. A árvore foi cortada, mas o nome resistiu.
Mas anteriormente a isso veio um golpe na bolsa de valores da República que atingiu todas as mochilas e os bolsos, principalmente o meu, que já não caminhava muito bem financeiramente. Em razão de uma crise no coração do governo da República - o dono do apartamento -, nosso aluguel passou de uma pechincha para um furto qualificado: de R$ 350,00 elevou-se para R$ 500, isso sem contar em mais R$ 400,00 de uma pintura, misericordiosamente parcelados em 4 vezes. Eu estava perdido.
Estatísticas de um péssimo gestor financeiro (sem eufemismos, irresponsável mesmo)
Despesas de Casa: R$ 210,00
Dívida com um cidadão: R$ 186,50
Festas: tudo o que sobrava.
Despesas de Casa: R$ 210,00
Dívida com um cidadão: R$ 186,50
Festas: tudo o que sobrava.
Incluam-se na categoria Despesas de Casa os exorbitantes R$ 40,00 que colocava no meu cartão para usufruir do eficientíssimo sistema de transporte coletivo de Natal. Meu problema, caros perdidos, sempre foi o item Festas. Essa é uma das raras vezes em que ponho tudo na ponta do lápis, digo, nos bits da página. Malgrado tudo fosse bem claro, eu tinha o péssimo hábito de misturar as despesas dos dois primeiros itens com o último, e aí vocês devem imaginar o estrago que minhas ações sofriam: meus papéis na bolsa de valores da República do Jambeiro despencavam quase em queda livre, e a credibilidade deles, e consequentemente a minha, afundavam na lama.
Agora, amigos, juntem um preço de aluguel estratosférico, uma convivência que vinha se deteriorando cada vez mais (meus conflitos políticos sempre foram com um estado da federação em particular – um cidadão intragável) e o fato de que o messias da casa iria morar em Paris. Isso tudo culminou num golpe de estado. A República seria dissolvida.
Os Estados da Federação
O Aplicado
Dois seguidores do aplicado
Um estranho
E eu, o transgressor
O Aplicado
Dois seguidores do aplicado
Um estranho
E eu, o transgressor
Os dois seguidores do aplicado irão morar com um amigo perto do campus da UFRN – o aplicado dividirá – da Europa – o preço do aluguel com ele, pois quando voltar vai unir sua unidade federativa à nova República deles. O estranho falou algo sobre morar sozinho. Não o desejo mal algum, mas tanto faz que fim ele dará à sua unidade da Federação.
Eu, o transgressor, estou à deriva nesse oceano cada vez mais infindável. Minha bússola não aponta para lugar algum, porque nem norte eu tenho. Ah, ainda nem falei da mudança.
No mesmo dia em que o golpe de estado dissolverá a República Federativa do Jambeiro, cada um terá que fazer a intervenção em seus domínios econômicos. Eu fiz meus últimos negócios com meus papéis pecaminosos e sairei com as principais fontes de renda desse Estado, isto é, a geladeira, o fogão e os objetos com os quais me integrei, há quase três anos nesse estado democrático (só não é de direito porque nunca houve leis muito bem traçadas, tampouco exercidas)
Registrem uma coisa, meus caros, vou sair com essas fontes de renda, mas não sei exatamente para onde. Há negociações em andamento com o estado totalitário com o qual eu faço fronteira, minha vizinha (vocês precisam vê-la possessa com a filha; é assustador), e possivelmente eu consiga alojar por lá minhas fontes de renda.
Eu estava conformado em ser parte das estatísticas que incluem os fumantes do Brasil, devedores e alcoólatras, mas sem teto nunca cogitei. Bem, estou agarrado à idéia de que se não há o que fazer, não há com que se preocupar.
Eu, o transgressor, estou à deriva nesse oceano cada vez mais infindável. Minha bússola não aponta para lugar algum, porque nem norte eu tenho. Ah, ainda nem falei da mudança.
No mesmo dia em que o golpe de estado dissolverá a República Federativa do Jambeiro, cada um terá que fazer a intervenção em seus domínios econômicos. Eu fiz meus últimos negócios com meus papéis pecaminosos e sairei com as principais fontes de renda desse Estado, isto é, a geladeira, o fogão e os objetos com os quais me integrei, há quase três anos nesse estado democrático (só não é de direito porque nunca houve leis muito bem traçadas, tampouco exercidas)
Registrem uma coisa, meus caros, vou sair com essas fontes de renda, mas não sei exatamente para onde. Há negociações em andamento com o estado totalitário com o qual eu faço fronteira, minha vizinha (vocês precisam vê-la possessa com a filha; é assustador), e possivelmente eu consiga alojar por lá minhas fontes de renda.
Eu estava conformado em ser parte das estatísticas que incluem os fumantes do Brasil, devedores e alcoólatras, mas sem teto nunca cogitei. Bem, estou agarrado à idéia de que se não há o que fazer, não há com que se preocupar.
18 comentários:
É FODA
É JOVEM SUA SITUAÇÃO TA FODAL HEIN
MAS VAMO QUE VAMO
kauakauakaua...para variar, um texto fodistico! muito bom! amiguinho, estou realmente preocupado com o seu futuro..eeheheheh
Bacana O Blog...
Que Situaçao em...
xiiiiiiiiiii marquinhos, fodão eim, mas tudo vai dar certo ...
desejo boa sorte! - festas!!!
saudações!!!
cara, boa sorte pra ti! Espero que dê tudo certo! E parabéns pelo texto, tá excelente!
beeijo
Luciana
http://tdagora.wordpress.com
kkkkkkkkkk, seria comico se n fosse tragico. aki pelo satelite tem uns kitnets barra e bem barato, se vc quiser procurar por aki!!! hueueuhehue qq coisa grita!
cara, boa sorte ai!
putz, eu li seu texto aflito...
cabeça em pé, e de algum lugar da sua cabeça faça planos pra um breve futuro.
boa sorte!
bom texto :)
passa lá:
http://pensareevoluir.blogspot.com/
Sua situação está muito pphoda
Bom texto, kKkk. PElo jeito vai ter q arrumar um trampo e largar dos vicios, hehe. A Republica caiu msm, Kkkk.
Vlw pela visita, sempre materia boa lah.
portaleducacaofisica.blogspot.com
melhor sair da estatistica dos fumantes e alcoolatras, ai vc sai da dos sem teto. hahaha
Apesar de ser um texto grande, ficou bom.
Abraço.
kkk eu achei ótimo seu relato. Amei a forma como escreves. Poxa vida, se tronar sem teto a essa altura da vida é f@ cara, e seus pais? Não ha a possibilidade de te acolher não??????
acho que todos ja passaram ou passa por uma situaçãoa ssim...
nossa q triste isso
Não se desespere, nem tudo está perdido nessa vida!!! Quem sabe vc tb ganhe uma bolsa pra estudar em Paris!!
Espero que tudo esteja caminhando na direção certa para você! Boa sorte!]
Luciana
•Tudo.ao.mesmo.tempo.agora• Filmes, séries, livros e entretenimento em geral
http://tdagora.wordpress.com
Twitter: http://www.twitter.com/lucianamangas
Poxa, cara. Tá foda mas pelo menos um pouco de otimismo nunca é demais!
Fé em Deus e pé na tábua como se diz!Abraços
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