sexta-feira, 9 de abril de 2010

Água, letargia e caos

Os primeiros sinais de que Natal, mais uma vez, não está preparada para comportar a menor precipitação pluviométrica que seja ganharam rosto na manhã de hoje: a água tomou conta de importantes vias e deixou isoladas comunidades na periferia da cidade.

Enquanto isso, a prefeita Micarla de Sousa reunia na Ouvidoria Geral do Município o séquito titular de diversas pastas para anunciar uma plano de contingência em que ações corretivas são o trunfo de primeira grandeza.

Como disse a própria prefeita, Natal não recebe sérios investimentos em obras de drenagem há três décadas. E nesse ínterim o despraparo de nossos gestores para administrar esse problema latente se mostrou tão desastroso quantos as próprias inundações decorrentes das chuvas.

Não custa lembrar também que parte da culpa deve ser debitada na conta do cidadão. Como disse a prefeita, boca-de-lobo não é lixeira; lagoa de captação não é lixão. Mas a maior parte do ônus dessa irresponsabilidade recai muito mais sobre as letárgicas administrações que tivemos do que no lixo jogado na rua pelo cidadão; porque, se por um lado isso recrudesce os alagamento de nossa cidade, por outro, uma política séria de conscientização frearia esse hábito de imundície de alguns natalenses.

No início da manhã de hoje, 21 mm de precipitação pluviométrica foram suficientes para paralisar a capital do Estado por algumas horas. Semáforos quebraram, alagamentos isolaram comunidades na ZN e reforçaram o argumento da ZS de que não é justo pagar as maiores taxas de IPTU e ter a frente de sua casa tomada por água e lama. O caos imperou.

O plano da prefeita do PV é chove no molhado. A Defesa Civil está a postos para ajudar quem precisar. Uma ouvidoria está à disposição da comunidade. Os problemas, garantem, serão resolvidos. Tudo isso é de se esperar por quem tem a tutela de nossa cidade.

Não será necessário, ao que parece, mais uma situação de seleuma causada pelo ditongo entre má gestão e adversidades naturais. O hiato entre o planejamento e a coordenação nos planos de ações já demonstram que a cidade vai enfrentar uma severa temporada de chuvas, mesmo com índices abaixo da média.

Nenhum comentário: