terça-feira, 1 de junho de 2010

Um Parque para chamar de meu

Quando Carlos Eduardo se predispôs a inaugurar a faraônica obra que se mostrou o Parque da Cidade, inacabada, deveria estar consciente de que as críticas viriam junto com um dos seus últimos atos deliberativos.

Pois ele inaugurou o bendito Parque e fez do gesto um espetáculo cultural de enorme prestígio, convocando Roberta Sá e Dominguinhos para serem os primeiros artistas a pisarem por lá. Foram também um dos últimos. Em janeiro do ano passado, o parque fechou.

Fechou por determinação do TCE, que apurou falhas de natureza jurídica, técnica e orçamentária na execução das obras do Dom Nivaldo Monte. Pronto: Carlos Eduardo partiu em ofensiva para acusar a administração atual de irresponsável, conforme registra matéria de Luana Ferreira, na edição de hoje do Novo Jornal. Abro aspas para replicar a fala do governadorável.

"O abandono é uma obra cabal, patente, contundente de que esse povo poderia estar em qualquer partidinho de aluguel. O pensamento deles não é de PV, é de partido de balcão de negócios"

Em outro trecho:

"O objetivo de Micarla de Sousa é simples: destruir o monumento. Eu achava que ela queria se apropriar da obra, mas acho agora que ela quer é destruir, porque a obra é nossa".

A obra é nossa sim. Mas quero entender que o "nossa" refere-se à cidade, e que não esteja vinculada aos feitos do ex-prefeito de Natal.

Hoje, por fim, Carlos Eduardo vai à livraria Siciliano para lançar sua versão do aconteceu com o parque. O que aconteceu está bem claro: uma sucessão de atropelos que culminaram numa precipitada inauguração, numa oportuna interdição e numa discussão que em nada tem a contribuir com o desfecho dessa história.

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