quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Há uma maneira de ser bom de novo


Fiel ao livro de Khaled Hosseini, a adaptação para as telonas de O Caçador de Pipas consegue passar para o espectador a emoção da história dos amigos Amir e Hassan.
Inicialmente a trama se desenvolve na Cabul de 1979. Hassan é filho de criado que serve ao pai de Amir. O garoto tem o incrível talento de empinar e cortar as pipas de seus adversários, além de saber onde exatamente elas irão cair. Hassan preza a amizade de Amir acima de qualquer coisa, mas este não sabe, na verdade, o verdadeiro sentido de tal sentimento.
Em um campeonato de pipas, Hassan é agredido por outros garotos porque é tido como de uma raça inferior, os hazaras. Amir assiste a tudo, mas não tem coragem de ajudar seu amigo. Nos anos que se seguem, Amir se muda para os EUA e forma uma família. Então recebe a chance de corrigir o erro do passado.
Um amigo do passado informa que Hassan foi assassinado, e que seu único filho foi jogado em um orfanato. Amir parte para o Afeganistão e encontra um país desolado pelo regime Talibã. É nesse cenário que ele enfrenta todos os seus medos de infância, até então adormecidos.
De uma sensibilidade incrível O Caçador de Pipas é um filme que deve ser visto por várias gerações. É rara uma obra que consiga mesclar problemas políticos, aspectos sociais e dramas psicológicos sem deixar de cativar o público.
A direção de Marc Forst foi objetiva no que se refere ao roteiro - muito bem adaptado - de David Benioff. O filme não perde em nada para a trama original do livro. Imperdível é ainda os papéis desenvolvidos pelos atores mirins, embora eles tivessem de ser retirados do Afeganistão por causa de uma cena.
O Caçador é um filme único. De forma impressionante ele demonstra como é possível que nós consigamos olhar para trás e reparar os danos que fizemos a nós mesmos. Mais ainda, ele mostra que é o valor inestimável da amizade que nos conduz a tal redenção.

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