Da Folha de São Paulo
Bernardo Secchi, urbanista italiano ,visitou a favela de Paraisópolis e diz não achar possível transformá-la em um bairro normal.
As favelas se tornaram um fenômeno tão onipresente que é impossível acabar com elas.
"Não temos tempo, meios nem dinheiro para fazer isso", disse à Folha o italiano Bernardo Secchi, 75, um dos urbanistas mais renomados do mundo.
Secchi é um dos dez urbanistas convidados pelo presidente francês Nicolas Sarkozy para pensar a Paris de 2030.
Fez também planos para Madri, Roma e Londres.
A ideia de acabar com as favelas foi uma ilusão modernista, segundo ele.
"Temos de partir da cidade que existia antes da modernidade, quando as cidades eram mais diversificadas", explicou numa conferência em São Paulo para 450 pessoas, na semana passada.
A convite da Prefeitura de São Paulo, Secchi visitou a favela de Paraisópolis, alvo de um plano de urbanização e de construção de moradias que envolve sete arquitetos.
Elogiou o projeto, mas criticou os prédios públicos (pela falta de "majestade", qualidade essencial a esse tipo de construção).
Outro problema de Paraisópolis e das favelas brasileiras, segundo ele, é similar aos encontrados na periferia de Paris -elas ficam isoladas da cidade.
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