A conversa se deu na lanchonete do TAM.
Enquanto se apresentava no palco a Orquestra Sinfônica do RN, a deputada Fátima Bezerra e eu conversávamos sobre política.
Logo depois, Carlos Barbosa se reuniu ao grupo e pronto. Ficamos por uns oito minutos tagarelando sobre a cena política local e nacional.
Fátima contava sobre impressões que teve sobre uma mesma entrevista, veiculada em dois diferentes impressos, um de Mossoró e outro daqui, e que tiveram conotação diferente na forma com que foi dada o destaque.
Ela não gostou do modo como o impresso daqui elegeu uma frase sua descontextualizada para manchete da entrevista. Mas estamos falando de jornalismo (sepultei a ideia de mudar o mundo). Em se tratando do RN, então...
Ocorre que, precisando atender uma ligação, a deputada se afasta e ouço, involuntariamente, a seguinte conversa entre duas servidoras da Fundação José Augusto:
- Vamos embora. Ele já nos viu aqui. - Disse uma delas
- Vamos, vamos! - apressou-se a colega
Entenda-se por "ele" Crispiniano Neto, que em discurso politizado, saudou a abertura da temporada da Orquestra Sinfônica do RN, cuja apresentação comemorava ainda a conquista do Plano de Cargos e Salários dos servidores da FJA.
Eu fiquei estarrecido!
Momentos antes, Crispiniano havia dado bastante ênfase ao fato de que os servidores da FJA são comprometidos com a cultura, faltava era mais interesse do Estado (em maiúsculo para denotar toda a federação e não só essa província).
Cultura parece um conceito que está tão deteriorado quanto às arcaicas condições em que sobrevivem nosso acervo de livros, quadros etc.
Quando o deputada Fátima Bezerra voltou à nossa conversa, eu já não estava mais sintonizado, mesmo com ela teorizando sobre a visita de Dilma Roussef ao estado, ainda esse mês.
Fiquei olhando as duas tristes figuras se esvaírem pelo portão do teatro e se misturar às figuras da Ribeira, um bairro historicamente cultural e relegado à indiferença de seus habitantes e ao descaso de seus tutores.
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